sexta-feira, 2 de julho de 2010

Disse que me disse: que 'reformas' são coisa do passado, conheça o 'retrofit'

sexta-feira, 2 de julho de 2010 0


Em tempos de escassez de terrenos, o retrofit tem sido a alternativa do momento principalmente nas grandes cidades. Na verdade, a técnica já é bem difundida nos EUA e no Canadá, e recentemente experimentada com sucesso em São Paulo.
O termo em bom português seria algo próximo de "retomar". Ao pé da letra: retro = 'andar para trás' e fit = 'adaptação' ou 'ajuste', que traduz exatamente o conceito da técnica: reciclar uma edificaçào já existente, desde a sua infra-estrutura até seus aspectos estéticos, porém com o objetivo de revitalizar o potencial arquitetônico original da edificação, muitas vezes deteriorado naturalmente pelo tempo. 

Entre as principais vantagens, embora talvez seja complicado intervir em estruturas antigas, pode se destacar que normalmente tais edifícios são de excelente localização e qualidade material, além de o prazo para a entrega ser bem mais reduzido em relação ao caso de uma construção partindo do zero.
Um belo exemplo de retrofit foi executado pela Reinach Mendonça Arquitetos Associados. O edifício em questão, com mais de 30 anos de existência projetado pelo arquiteto paulista Júlio Naves, abrigava uma arquitetura com traços de vanguarda modernista. 

O trabalho desenvolvido pela equipe da Reinach aproveitou a linguagem original da edificação, transformando os imensos vãos livres em 164 unidades de lay-out diversificado.


O prédio como um todo ganhou um toque comtemporâneo sem perder as referências modernistas do projeto original. A fachada anteriormente trabalhada em aberturas sombreadas por marquises na face norte, ganhou grandes panos de vidro permitindo a integração dos escritórios com o jardim externo e a possibildade de flexibilização do layout de seus 14 pavimentos foi otimizada.




Não houve dúvidas acerca do sucesso do empreendimento Escritórios Europa (assim batizado): todas as unidades foram vendidas nas primeiras 72h do lançamento.
A revista Infra publicou um artigo detalhado abordando passo a passo do retrofit, vale a pena conferir: 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Introdução à representação em Sketchup

quarta-feira, 23 de junho de 2010 0
Iniciação à prática de representações no software de modelagem em 3D Google Sketchup:

perspectivas


plantas baixas


cortes









domingo, 16 de maio de 2010

Intervenção no Arrudas (FINAL)

domingo, 16 de maio de 2010 0
Com certeza seus avós já te contaram sobre uma época num passado não muito distante, quando lavadeiras perdiam horas na beira do Arrudas cantando e esfregando suas roupas, em meio a pescadores trabalhando, crianças se divertindo... 

A funcionalidade do ribeirão era clara, ele fazia parte da vida daquelas pessoas ali.


Mas e hoje? Como resgatar essa relação, de certa forma, afetiva?

A proposta é mostrar que a forma de uso e ocupação de um rio depende sempre das necessidades da geração que o acompanha, e, seguindo essa linha de raciocínio, concluímos que o Ribeirão Arrudas poderia contribuir muito para melhoria na qualidade de vida da população.

A princípio pode ate parecer funcionalista demais: tornar o ribeirão Arrudas navegável, uma alternativa para o trânsito urbano belorizontino em crise. Mas o projeto Aquabus é muito mais que isto. A proposta não consiste em apenas mais uma medida paliativa para uma problemática urbana, nem tem a pretensão de ser chamada de solução.



A idéia é trazer o Arrudas de volta para vida da população de Belo Horizonte. A partir do momento que o individuo enxergar no ribeirão, não só um canal de concreto, mas sim seu caminho para o trabalho, seu caminho para casa, se torna claro o ganho de um significado outrora ausente. E mais uma vez o clichê da preservação do patrimônio público vem à tona: “você cuida daquilo que você precisa/usa/gosta”. Daí o ambicioso projeto mostra-se muito mais sutil que aparenta. Poderemos dizer que o projeto alcançará o sucesso, quando a proposta se auto-alimentar.



Há um trabalho psicológico envolvido que serve de combustível para a sustentação do projeto. A satisfação máxima de nós idealizadores será um dia ouvir: "Estou esperando MEU bote"; "Esta é MINHA estação", pois será o dia em que a plena apropriação por parte da população terá ocorrido de fato e os problemas de conservação e de cunho ambiental estarão sendo vistos com outros olhos.



Um exemplo simples: o estado deplorável de poluição em que se encontra o rio atualmente é fruto de sua renegação por parte da população. Situação que será transformada cotidianamente, pois a partir de então o rio fará parte do dia-a-dia de cada individuo que com certeza vai desejar deslocamentos agradáveis, confortáveis e não um percurso regado a mau cheiro e tons de cinza. Neste caso, as chances de um ocorrer apoio maciço popular a alguma iniciativa governamental – por exemplo, no sentido de recuperar a qualidade da água do ribeirão – serão bem maiores a partir do momento que o Arrudas faz parte da população de Belo Horizonte.

Isso sem falar na possibilidade de retomar as grandes avenidas que margeiam o ribeirão como espaços de convivência e não somente como vias de tráfego, afinal este tráfego estará ocorrendo otimizado dentro do rio, liberando suas margens para atividades físicas e/ou de lazer, intervenções urbanas, exposições de arte e um leque de atividades a escolha da população naquele “novo” espaço.


Em termos simples o projeto consiste no tradicional “Uma coisa leva a outra”. É atrair o belorizontino para dentro do rio novamente, não permitir que o ribeirão continue sendo ignorado, mas que este conquiste a atenção da população outra vez, e assim esta população não se sentirá obrigada a, mas espontaneamente desejará zelar pelo Arrudas.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Disse que me disse: "Que até concreto pode ser transparente"

segunda-feira, 19 de abril de 2010 0
Sim, é verdade e já está no mercado. A pesquisa na área de materiais parece não ter limites. Eu, como químico, fiquei fascinado com a "descoberta".


E o mais instigante é que os inventores Sergio Galván Cázares y Joel Sosa Gutiérrez, dois ex-alunos da Universidad Autónoma Metropolitana do México (UAM) não revelam o ingrediente secreto capaz de permitir que o novo concreto mantenha as mesmas propriedades de resistência, pese 30% menos e seja permeável a 80% da luz.



Especula-se que a maravilha resulta da mistura de concreto comum com fibra ótica. Em um bloco de concreto, milhares de fibras óticas correm paralelas, de um lado a outro, permitindo a luz passar. Assim a silhueta de algo que está de um lado da parede pode ser visto do outro lado com todas as suas cores.



Graças às propriedades das fibras óticas, as paredes podem ter até 20 metros de espessura sem degradação do efeito, mantendo-se também a mesma resistência de uma parede de concreto sólido.



Uma das grandes vantagens desta idéia é dar a impressão de que a espessura e o peso do concreto são mínimos. Ou, seja, uma grande promessa para os rumos da arquitetura contemporânea.

Vale dar uma olhada no vídeo: http://mais.uol.com.br/view/60448

domingo, 11 de abril de 2010

Intervenção no Arrudas (parte II)

domingo, 11 de abril de 2010 0
Estes são os primeiros traços da proposta. O projeto tem como objetivo trazer uma alternativa ao transporte público urbano de Belo Horizonte, portanto deve logicamente apresentar vantagens sobre o sistema tradicional, a fim de atrair público e alcançar sua proposta de desafogar o trânsito rodoviário. Uma interessante vantagem seria velocidade, daí nos deparamos com o fato de a grande maioria dos meios de transporte aquático não atingir grandes velocidades.

Porém um veículo anfíbio projetado para fins bélicos mostra-se uma exceção nesse quesito: o hovercraft é capaz de se deslocar tanto em água quanto em terra com velocidades de em média 130 km/h. Também é chamado de aerodeslizador, pois se apoia num colchão de ar.



Tipicamente têm dois ou mais motores separados. Um dos deles é responsável pelo levantamento do veículo ao empurrar o ar para o interior da saia de borracha, chamado de hélice de sustentação.Um ou mais motores adicionais são usados para proporcionar força propulsora para deslocar o barco na direção desejada, chamadas de hélices propulsoras. A direção é determinada pelo uso de lemes.


Comparado a um automóvel de mesmo peso o hovercraft também se mostra superior na economia de combustível porque precisa de muito menos força para se deslocar, pois enfrenta um atrito muito menor. Enquanto o hovercraft atrita apenas com o ar, um automóvel comum teria a resistência do chão também.

Ou seja, uma solução com um provável grande investimento inicial, por outro lado mais rápido e mais barato.


sexta-feira, 26 de março de 2010

Belo Horizonte por um autor-arquiteto

sexta-feira, 26 de março de 2010 0




A Fazenda do Cercado, com a chegada de viajantes e bandeirantes que por ali passavam e paravam, deu origem ao Curral Del Rei. Embora continuasse subordinado a Sabará, aos poucos o arraial cresceu, tornando-se independente. Quando houve a Proclamação da República (em 1889) o nome do arraial foi mudado pra Belo horizonte, e junto com a mudança de nome veio a notícia da construção da capital naquele local.
Projetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, Belo Horizonte foi a primeira cidade brasileira moderna planejada. Elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro, a Avenida do Contorno.
Ao longo da história da cidade, a ocupação do solo de Belo Horizonte sofreu constantes transformações. Uma das regiões em que isso é mais perceptível e que podemos nos confrontar com a arquitetura de várias épocas é a região centro sul da capital.
A região central, por exemplo, teve a função comercial mais presente desde sua criação, porém por volta das décadas de 60 e 70, parte do comércio se transferiu para a região que hoje conhecemos como Savassi. Esse comércio que se transferiu para a Savassi era mais elitista e atendia a parcela da população que morava no Bairro Funcionários, nas proximidades da Praça da Liberdade. Já o centro passou a ser frequentado por uma porção da população com renda mais baixa, moradores principalmente do Barro Preto. Muitas edificações no centro foram desocupadas então, e após um tempo foram destruídas dando lugar aos primeiros arranha-céus de Belo Horizonte.
A região do Barro Preto, assim como as do Santo Agostinho e de Lourdes, foi uma região com ocupações primeiramente mais precárias, que se faziam ao redor dos córregos Leitão e Barroca. As casas eram pobres e não se tinha infra-estrutura como no Bairro Funcionários e região Central. Porém, em 1930 o Barro Preto se torna um bairro industrial e mais tarde os rios são canalizados. Com o desenvolvimento da cidade esses três bairros citados acima se valorizam e as pequenas construções dão lugar para grandes casarios que ate hoje podem ser observados.
Com a valorização dos terrenos nas regiões mais centrais, a parcela mais pobre da população foi em direção às regiões suburbanas. Essas regiões formadas por chácaras num primeiro momento, tinham a função de abastecer a capital, como era previsto no projeto de Belo Horizonte. Essa migração contribui para segregação urbana. O Bairro Sion, por exemplo, situado na ex-colônia agrícola Adalberto Ferraz, foi ocupado primeiramente com uma favela (Favela Vira Saia) que se desfez por volta de 1960, quando a expansão da Avenida Afonso Pena foi realizada. A partir de então muitos bairros foram criados, propiciando a também formação de algumas centralidades observadas hoje na cidade como a área hospitalar, que além de hospitais, concentra um grande numero de consultórios particulares em seu entorno, Venda Nova, que possui diversos serviços e um intenso comércio na Avenida Padre Pedro Pinto, Mercado Central entre outros.
Portanto o progresso e o crescimento da capital mineira são marcados pelas diferentes formas de ocupação do solo. O exemplo, talvez mais gritante disso, é o atual Bairro das Mangabeiras. Inicialmente, aos pés da Serra do Curral instalou-se uma mineradora, visando à exploração do local, em que britas e macadame eram extraídos para abastecer a construção civil na cidade. Em 1950 com o fim da exploração do local a população mais pobre se estabeleceu criando a Vila Acaba Mundo. E já por volta de 1960 e 1970, devido ao belíssimo visual da Serra do Curral muitos terrenos são vendidos e varias mansões são erguidas. Devido esse crescimento desenfreado, para que a preservação de uma parte da Serra do Curral cria-se por volta de 1982 o Parque das Mangabeiras, como extensão do verde e forma de lazer para a população.
Todos esses são exemplos de diferentes formas permanentes de uso do solo. No entanto, temos em Belo Horizonte casos de apropriação intermitente como a feira de artesanato, que ocorre aos domingos na Avenida Afonso Pena. Essa forma de uso é capaz de dar à avenida a condição de lugar, onde existe uma relação entre aquele espaço e as pessoas, que vão ate lá para comprar, vender ou apenas visitar. Diferentemente do que ocorre durante a semana em que a avenida tem única e exclusivamente a função de deslocamento, funcionando assim como um não-lugar.
A Avenida Afonso é um microcosmo em que podemos analisar o que ocorre na cidade como um todo, que é viva, dinâmica, sujeita à transformações frequentemente. Por isso planejar uma cidade é algo tão complexo, é preciso lidar com o inesperado e aprender com os erros. Logo nos primeiros anos de Belo Horizonte observamos que o projeto de Aarão Reis não ocorreu como planejado: a primeira zona suburbana, cresceu de forma desordenada. Nos bairros São Lucas e Serra é visível as distintas formas de ocupação, não observa-se o alinhamento nas ruas e quarteirões, como ocorre dentro da Avenida do Contorno. A utopia da cidade organizada, setorizada gerou assim o caos que presenciamos diariamente.

Intervenção no Arrudas (parte I)


Inspirada no ônibus fluvial utilizado na cidade do Cairo (Egito), a idéia é aproveitar as águas do ribeirão para transporte público urbano. Assim, além de desafogar grande parte do trânsito do centro de Belo horizonte, criando uma rota alternativa, o Rio Arrudas terá de volta sua vitalidade e funcionalidade restauradas.

(video mostrando ônibus fluvial nas águas do Nilo em funcionamento)

"Com cerca de 18 milhões de habitantes e infra-estrutura precária, o Cairo sofre com enormes engarrafamentos. Agora, as autoridades acreditam ter encontrado a saída para o problema na velha frota de ônibus-fluviais do Nilo. Há projetos para aumentar o número de barcos e encorajar os residentes da capital egípcia a deixar os carros em casa e ir para o trabalho pelo rio."

(ônibus fluviais, Cairo)


Além de ser uma opção para o trânsito da cidade, a intervenção no Arrudas também tem como finalidade estimular o lazer e o turismo sobre suas águas.










 
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